domingo, 13 de julho de 2008

... eu desejo o mesmo pra você.

Eu quero menos ...
Menos roupa ;
Menos cabeça quente ;
Menos falta de tempo ;
Menos resolver tudo por email ;
Menos distancia ;
Ah, eu quero menos pra mim.

E quer saber?


Eu desejo o mesmo pra você.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Meio literária, meio totalitária, pela metade.

Hoje eu acordei meio pela metade, assim, sabe, quando você sente que alguma coisa te falta? Pois é, acordei “totalmente pela metade” , nem tenho idéia de onde possa estar essa coisa que sumiu. Acordei com uma vontade louca de não querer estabelecer nenhum contato, nenhum laço, nenhum afago, nenhum aplauso, nenhum abraço, nenhum colapso, nada, absolutamente nada, ninguém. Falar? Só se for em outro idioma, de preferência onde não se estabeleça o diálogo, onde eu não entenda ninguém,onde eu não possa ajudar ninguém.Chega! Hoje eu acordei assim. Não me interessa nenhum contato, nada! Nem com os animais aos quais eu devoto o meu mais puro e destilado amor, eu não quero. Chega, ao menos por hoje. Ao menos por hoje eu quero desapegar.
Se possível fosse, desencarnar, só por hoje. Hoje eu quero, mais do que nunca, transcender, ascender, evoluir o espírito. Eu quero enxergar o mundo de outra forma, eu quero – não exagerar. Eu quero ir além do ordinário. Quero sentir que realmente “a estrada vai além do que se vê” bem além, muito além. Eu quero desenvolver as minhas teorias loucas sobre a vida, sobre a mera existência dos que , como eu, almejam transcender por um dia. Desejam não falar ao telefone, desejam mandar o sistema para " puta que pariu". Eu quero apreciar um dia de chuva como um dia de sol e entender que todos são belos, cada qual com sua peculiaridade, sua beleza. Eu quero “tomar um remédio anti-monotonia “ e ... “ que me dê alegria! Uma injeção que me cause pelo menos por hoje – grande falta de sensibilidade – e que isso não atinja ninguém. Eu quero conseguir olhar pra aquela criança marginalizada que tenta praticar jogos malabares (sem malabares) no sinal de trânsito fechado pra ganhar algum e não querer dar pra ela todo o meu dinheiro. É o malabarismo do horror social, o malabarismo da tragédia do país do carnaval. Eu quero, só por hoje, não sentir nada, nem dor , nem sabor, nem amor. Não quero sentir fome, nem ansiedade , nem mágoa, nem muito menos compaixão. Não quero achar, eu nunca acho , eu penso. Isso basta. Que o “achismo” alheio fique bem longe de mim, os clichês, as cópias não autenticadas da tragi-comédia da vida privada, os ditados de tia, os ditados de Buda, de Dalai Lama ou do idiota do Paulo Coelho, Zíbia Gasparetto, Augusto Cury . Todos longe de mim, por favor. Odeio coisas pré-fabricadas, semi-prontas , pra alguns fracos e carentes “acharem” que vão sentirem-se melhor lendo um lixo chamado auto-ajuda. E ainda depois ouvir : Ah! Augusto Cury mudou a minha vida!. Sabes lá o que é vida? Ser insolente, acéfalo!
Acorde! Não existe receita pra mudar de vida, só a própria vontade humana.
“Saia do ócio, não caia no óbvio”. Isso daqui não é a verdade, não é um manual , nem muito menos uma referência de respeito pra ninguém, é no máximo algo pra se ler no banheiro quando se tem prisão de ventre, rá. É alguma coisa que nem quem escreve sabe do que se trata, é um passatempo , é o rascunho de uma teoria , o inicio , da “Teoria do Desapego” ou seria a “Teoria do Caos”? A teoria do desejo de tornar-se transcendental, de quem sabe, virar uma coisa inanimada, sem sentimentos. O desejo de desenvolver o antídoto ou ter poder de mágica pra descobrir quando é que vai chegar a hora de chorar para evitar que a lágrima caia.

- Loredana Ramos -

sábado, 5 de julho de 2008

Perdendo Dentes

Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão
Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém
Acho que eu fico mesmo diferente
Quando eu falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor
As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei
As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci

(Fernanda Takai)